terça-feira, 15 de setembro de 2009

Agressividade e substâncias sempre acompanharam a humanidade


Por Francisco Portela

O homem sempre demonstrou violento,e assim conseguiu seu espaço na natureza; seu espaço no topo da cadeia alimentar. Mesmo depois de se autodenominar racional o homem continuou com certas características agressivas, afinal, o homem consegue matar a própria espécie sem ter como objetivo questões de pura sobrevivência. Ele pode matar pelo motivo mais banal do mundo.

Os hominídeos mesmo com consciências religiosa e filosófica continuam sendo predadores. Demonstrar agressividade ainda faz parte da vida de muitos seres humanos, principalmente os homens. Muitos deles parecem ainda usarem da agressividade, como faziam os ancestrais para atrair as parceiras. Será que eles conseguem mais sucessos ou fracassos com isso?

Outro fator importante, e que ainda continua fazendo parte do dia-a-dia da humanidade, é o consumo de drogas. Os seres humanos sempre usaram as mais diversas substâncias, e até hoje elas nos acompanham seja culturalmente, como preceito religioso, ou como simples modo de “fugir da realidade”.

Lembrando que as drogas legalizadas, como cafeína, nicotina e álcool são consumidas em larga escala por boa parte da população.
Todo esse raciocínio serviu para chegarmos à questão que volta e meia vem à tona na sociedade moderna. As drogas contribuem ou não para deixar as pessoas agressivas, esse debate que se estende por tempos trás muitos prós e contras.

Questões como efeitos colaterais e quantidade consumida de determinada substância são importantes para o debate, afinal, cada caso é um caso. Cabe a nós adultos termos o bom senso para saber até onde podemos ir e não interferirmos no espaço alheio.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Passeio pela história em Aracati

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE PATRIMÔNIO (30/1/2009)

Na linguagem indígena, Aracati quer dizer ´aragem cheirosa e tempo bom´. O nome tem tudo a ver com o lugar, que nasceu às margens do gigante Jaguaribe


Aracati é conhecida por suas belas praias, a exemplo de Canoa
Quebrada, e por promover, anualmente, o maior carnaval praiano do Estado. Isso já seria o bastante para atrair turistas, mas a cidade apresenta um diferencial ainda pouco explorado. Graças ao tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), hoje é considerada um município museu, preservando e destacando casario antigo, igrejas, praças e outros monumentos de relevância histórica.

A cidade fica no caminho das praias mais visitadas pelos turistas, que podem acrescentar ao turismo de lazer o turismo cultural e conhecer um pouco de história. As edificações marcam a importância histórica e artística de Aracati. São construções que datam dos séculos XVIII, época do ciclo do gado; século XIX, ciclo comercial e do algodão, e século XX, ciclo industrial.

O acervo arquitetônico de Aracati preserva autenticidade e homogeneidade. Chamam atenção os sobrados de dois e três pisos que se intercalam com seqüência de casas térreas, alinham-se ao longo da rua e não deixam espaços livres.

A Rua Coronel Alexanzito se constitui no ponto alto do acervo histórico
e arquitetônico da cidade. Naquela via, prédios e residências revestidos de azulejos portugueses, holandeses e franceses recobrem as fachadas, valorizando as edificações, além de conferir-lhes um colorido harmonioso.

Também conhecida como ´Rua Grande´, a Coronel Alexanzito abriga casas de cearenses famosos, como o escritor Adolfo Caminha, o pianista Jacques Klein e o escritor e jurista Beni de Carvalho. Na mesma rua também fica o prédio que abrigou as tropas de Tristão Gonçalves durante a Confederação do Equador, em 1840.

Ainda no passeio pela ´Rua Grande´, o turista aprecia a Igreja de Nossa Senhor do Bonfim. Edificada em arquitetura barroca, em 1772 e inaugu
rada em 1774, ostenta uma pintura azul e branco, num contraste perfeito. Atrás da igreja fica o cemitério da Irmandade do Bonfim, local que durante anos foi reservado a pessoas de elevado poder aquisitivo e que pagavam altos preços para serem enterradas dentro das igrejas. Os túmulos foram construídos em mármore carrara.

Já o Sobrado do Barão de Aracati, com três pavimentos, foi construído no século XIX. Antes pertencente a José Pereira da Graça, personagem de lutas políticas e deputado provincial, hoje o prédio é ocupado pelo Instituto do Museu Jaguaribano, fundado em 15 de novembro de 1968. O acervo histórico, religioso e literário encanta, com peças de arte popular, pinturas das igrejas locais e exposição de fotografias.

Mais adiante fica a Casa da Câmara e Cadeia, que data de 1779. Originalmente, funcionava a cadeia pública na parte térrea e a câmara no pavimento superior. Em 1960, o prédio foi restaurado pelo Iphan, mas até 1988 ainda existiam presos nas celas que davam de frente para a Rua Coronel Alexanzito. Atualmente, funciona no prédio a Câmara dos Vereadores na parte superior e na inferior está instalada a biblioteca do patrimônio e o Sine/IDT.

Na Travessa Dragão do Mar com a Rua Coronel Alexandrino fica o Oratório Bom Jesus dos Navegantes. O templo foi o primeiro de Aracati. Outro monumento histórico-arquitetônico de Aracati é a Cruz das Almas. Datada de 1748, é o espaço urbano mais antigo da cidade. Naquele lugar, escravos condenados à morte teriam sido enforcados. Antigamente, às segundas-feiras,´Dia das Almas´, pessoas costumavam ir rezar terços e fazer romarias junto ao monumento.

Ícone

O passeio pela beleza arquitetônica de Aracati deve incluir ainda a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário. Construção dos primeiros anos do século XVIII, só foi concluída na segunda metade do século XIX. Uma capela deu origem à igreja. Em estilo barroco, tem a porta central ladeada por duas outras entalhadas a ponta de faca e com almofadas em relevo.

Na fachada da igreja estão os sinos, o relógio carrilhão e o registro da data de sua edificação escrita em algarismo romano. O interior é rico em obras de talha e imagens. Defronte à matriz fica o grande cruzeiro, com os símbolos dos sofrimentos da paixão (dados, mão, galo e a caneca de fel).

Historiadores e nativos concordam que o turismo cultural pelo núcleo histórico de Aracati contribui para a sua preservação e valorização. Por outro lado, complementa as atividades de lazer e entretenimento nas praias do entorno. As empresas de receptivo ainda não despertaram para esse nicho de mercado. A visita ao casario antigo, com o Rio Jaguaribe ao longe, como a emoldurá-lo, é um passeio atraente. O patrimônio revive, o turista se encanta.

PATRIMÔNIO

1774 foi o ano de inauguração da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, iniciada em 1772. Edificada em arquitetura barroca, a igreja, em azul e branco, preserva o cemitério da Irmandade do Bonfim.

Carnaval em três fases e 12 dias de folia

Aracati é só folia no período de 14 a 25 de fevereiro de 2009 com o “Carnaval Aracati 2009: O Carnaval do Ceará é aqui!”. Historicamente, a folia no município reúne um público de 300 mil pessoas. Este ano os organizadores esperam mais e projatam atrair 400 mil pessoas.

Grandes atrações do cenário artístico nacional e local vão marcar presença na cidade. A Rua Coronel Alexanzito abrigará os tradicionais blocos carnavalescos, configurando-se ali o carnaval cultural. Na Rua Coronel Pompeu desfilarão os trios elétricos, enquanto na praia de Majorlândia, o espaço é para bandas com muito axé, frevo e samba, repertórios que mostram a brasilidade do povo aracatiense. Ao todo, será uma temporada de 12 dias de folia.

O carnaval cultural de Aracati é composto por blocos carnavalescos que desfilam pela Rua Coronel Alexanzito, dotada de relevante conjunto histórico-arquitetônico tombado pelo Iphan. Este carnaval tem como ênfase principal a participação da população local na execução do desfile, além de ter como público-alvo famílias com criança e a presença freqüente de pessoas idosas.

A oportunidade é imperdível para os foliões relembrarem os tempos idos, através de marchinhas tocadas pelas tradicionais charangas, como a Banda Chico de Janes. Maracatus de Fortaleza também vão marcar presença, proporcionando mais brilho à folia, de domingo a terça-feira, a partir das 17 horas.

Quem curte carnaval com trios elétricos tem encontro marcado na Avenida Coronel Pompeu. O encontro dos trios ocorrerá já a partir da sexta-feira que antecede o período momino. Todos os dias se apresentarão cinco bandas.