quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Francisca Maria candidata ao Conselho Tutelar com o nº: 19


Entrevistamos uma das mais jovens e promissoras candidatas ao Consel
ho Tutelar da cidade, confira:


Blog-tela: Queria que você começasse com uma pequena biografia
.

Francisca Oliveira: Francisca Maria de Oliveira da Silva, 25 anos, sou formada em Serviço Social, pela UERN. Filha adotiva do casal Elizeu Aliardo de Sousa e Maria das Graças Durte de Sousa. Comecei a ensinar aos 16 anos, no Centro Educacional Irene Valente, hoje, chamado Escola de Ensino Fundamental Irene Valente. Trabalhei lá até 2002, quando a escola foi municipalizada. Muito conhecida no bairro Nossa Senhora de Lourdes como a Escolinha de “Dona Gracinha”. Depois, passei a dar aulas de reforço escolar, em minha residência. Sempre gostei de trabalhar com criança e adolescente. Meu estágio curricular foi em um Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), onde trabalhei com crianças e adolescentes em situação de risco como violência, conflitos familiares, suscetíveis às drogas e a prostituição.


Blog-tela: Por que você merece ser conselheira tutelar?

Francisca Oliveira:
Ser conselheira tutelar sempre foi um dos meus objetivos de vida porque acredito que posso contribuir muito para ajudar às crianças e os adolescentes de Aracati a construírem uma realidade diferente, sendo protagonistas dessa mudança, através do acesso a informação, do acompanhamento familiar e escolar. Sempre acreditei que o conselho não deve ser um órgão apenas fiscalizador ou que devesse atuar apenas nas ocorrências denunciadas. Acredito que um trabalho preventivo pode fazer toda a diferença na vida desses cidadãos.


Blog-tela: Qual a maior deficiência que você nota nessa área?

Francisca Oliveira: Os conselheiros precisam visitar mais as escolas, prepararem palestras tanto para os pais como para os professores no que tange ao trato com as crianças e os adolescentes. Também precisam estar em constante diálogo com os próprios alunos, tentando evitar futuros conflitos ou evasão escolar, por exemplo. Acredito que a grande carência seja esta: um trabalho mais preventivo, principalmente na área rural, que por ficar mais distante da sede do município, não recebe a devida atenção desse órgão.


Blog-tela: Qual trabalho você desenvolve atualmente?

Francisca Oliveira: Sempre tive esse sentimento de contribuir, de alguma forma, com o meu município. Assim, quando concluí meu curso procurei me informar do que eu poderia estar fazendo para ajudar. Foi aí que conheci o Projeto Volta Israel, que desenvolve um trabalho muito valoroso com dependentes químicos e suas famílias. O projeto é administrado pela Comunidade Católica Shalom e conta com voluntários. Disponibilizei-me a fazer um trabalho, como assistente social, junto aos participantes. Elaborei um projeto, juntamente com outra assistente social, Aline Cristina V. da Cunha, mas a mesma se desligou do projeto por razões pessoais. O projeto foi intitulado "Redesenhando a Vida". Tinha como objetivo trabalhar a cidadania e a reconstrução dos laços familiares desses sujeitos. Porque seria uma forma deles redesenharem suas ações nos lares, nas escolas e consigo mesmo, numa tentativa de auxiliar na recuperação dos participantes, chamando a família para a responsabilidade que ela tem no tratamento do dependente químico.


Blog-tela: Você acha que o problema crescente de dependentes químicos na cidade é causado por quê?

Francisca Oliveira: Bem, o problema da droga é global. Nosso município é apenas uma peça desse quebra-cabeça. Os estudos apontam que são vários os motivos que levam uma pessoa a usar drogas; que a motivação para o vício pode vir de problemas psicológicos como depressão, baixa auto-estima ou de problemas sociais como o desemprego, a desigualdade gerada pela má distribuição da renda e a facilidade com que a droga chega às camadas mais pobres da população. Nós sabemos que a droga não atinge só o pobre, mas essa é a população que mais sofre com a dependência química, tanto pela facilidade de acesso à droga, como eu disse anteriormente, quanto pela dificuldade de acesso ao tratamento. Porque a dependência é uma doença psicossocial. E como esperar a recuperação de um dependente, que depois, precisa voltar para o mesmo meio social, sem emprego, sem confiança, sem nenhuma perspectiva de mudança de vida? Fica muito difícil. No Volta Israel, nós desenvolvemos atividades durante um ano com os participantes por meio do projeto "Redesenhando a vida" e a cada tema discutido, os participantes pintaram desenhos que retratassem suas realidades. Esses desenhos irão ser expostos no dia 16 de Dezembro, para um público convidado, mas depois será aberta a visitação.


Blog-tela: Se for eleita o que podemos esperar?

Francisca Oliveira: Caso seja eleita, e espero poder merecer essa confiança, quero desenvolver os projetos que tenho elaborados. Pretendo realizar visitas periódicas às escolas, associações de moradores, principalmente nos interiores, para que possamos dialogar mais com nossas crianças e adolescentes e com seus responsáveis, a fim de reforçar os laços familiares e diminuir a exploração de crianças e adolescentes e prevenir o uso de drogas lícitas e ilícitas. Nós sabemos que onde não há fiscalização, cigarros e bebidas são vendidos livremente aos menores de 18 anos. Nas formações posteriores do Conselho Tutelar de Aracati, tivemos uma participação significativa de educadores, acredito que seja o momento de termos uma Assistente Social como conselheira. Obrigada!